LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
Leucemia Linfóide Aguda (LLA) é a forma de câncer mais comum na infância. É uma doença que afeta os linfócitos, um grupo de células que pertencem ao grupo das chamadas células brancas.
O “defeito” ocorre na fábrica de sangue – a medula óssea – onde as células leucêmicas se acumulam, tomam o lugar das normais e se espalham por todo o corpo, invadindo o fígado, baço, nódulos linfáticos, sistema nervoso, rins e outros órgãos. Apesar de extremamente grave e, até há pouco tempo (menos de 30 anos), uniformemente fatal, hoje é uma doença potencialmente curável em mais de 60% dos casos. Este avanço ocorreu em 50 anos de pesquisas e experimentos.
No final da década de 1940 identificaram-se medicamentos eficazes para o tratamento da doença. No final da década de 1950 e durante toda a década de 1960, a forma de tratamento sofreu mudança radical, com o aparecimento de poli-quimioterapia: vários medicamentos sendo dados, seguindo um esquema determinado, terapia de manutenção e profilaxia das doenças no sistema nervoso central. Posteriormente, nos anos de 1970 e 1980, as taxas de cura se elevaram em até 20% com a definição de grupos de riscos (casos mais agressivos eram tratados de forma mais agressiva). Nos últimos 10 anos, ocorreram muitos avanços no campo da biologia molecular, ajudando a compreender melhor a doença e definindo com mais rigor os grupos de risco, tornando a condição curável em quase 80% dos casos.
INCIDÊNCIA
Cerca de 30% das neoplasias – câncer – da infância correspondem às leucemias, sendo que 70% destes casos são do tipo linfoide (LLA). A incidência no Brasil é de quatro em cada 100 mil crianças, ou seja, provavelmente em torno de 15 a 20 novos casos, anualmente. A Região Metropolitana do Vale do Paraíba acompanha a média nacional. A faixa etária mais frequentemente acometida pela leucemia é entre três e cinco anos.
TRATAMENTO
Quando a doença é diagnosticada em seu início, mais de 95% dos pacientes entram em remissão completa, ou seja, consegue-se controlar a doença nos primeiros dias de tratamento.
Entretanto, para a cura, o tratamento quimioterápico deve persistir por, pelo menos, dois anos. O tratamento é dividido em três fases:
- INDUÇÃO: fase inicial, em que se utiliza o maior número de drogas (cinco) de forma intensa para se atingir a remissão da doença;
- CONSOLIDAÇÃO: quando se utiliza doses mais altas de quimioterapia para assegurar a remissão;
- MANUTENÇÃO: geralmente, uma fase mais tranquila, apesar de longa. É usada para eliminar qualquer célula leucêmica remanescente no organismo.
O tratamento acaba em cerca de dois anos. Se a doença não volta depois de cinco anos, o paciente passa a ser considerado como curado. O transplante de medula óssea é uma opção para o tratamento de casos muito graves ou em casos de recaídas.